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UMA VISITA À ILHA GRANDE – RIO DE JANEIRO – JUNHO DE 2017

No dia 25 de junho de 2017 , partimos Cledson Barboza , Maurício Verboonen e eu, no rumo da Ilha Grande, no litoral sul do Rio de Janeiro,...

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

RPPN GRAZIELA MACIEL BARROSO – NOVEMBRO DE 2015

A Reserva do Patrimônio Natural Graziela Maciel Barroso, ou simplesmente RPPN Graziela Maciel Barroso, é uma unidade de conservação particular, pertencente ao Condomínio Quinta do Lago, em Petrópolis, estado do Rio de Janeiro. Conheci essas montanhas entre 1998 e 1999, quando fui convidado a ajudar na demarcação dessa reserva, assim como para coordenar seu Plano de Manejo, no final daquela década que ficaria marcada como uma era ecológica, quando o apelo conservacionista se espalhou e sensibilizou a população e até mesmo empresários.

A RPPN Graziela Maciel Barroso protege extensa área de montanhas, na região conhecida como Rio da Cidade, próximo à Fazenda Inglesa, bairros que ainda congregam boa quantidade de florestas. Ao menos duas espécies criticamente ameaçadas encontram abrigo, nesta Reserva: a bela amarilidácea Worsleya procera, até pouco tempo conhecida como Worsleya rayneri; e a minúscula bromeliácea litofítica Tillandsia grazielae, esta última com ocorrência praticamente restrita à RPPN.

É interessante notar que o nome da Reserva foi uma homenagem que fizemos à célebre Dra. Graziela Maciel Barroso, botânica que transformou a história do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, trabalhando arduamente, até o fim de sua vida, na Década de 2000. Os pesquisadores Sucre e Braga, que descreveram a pequena bromélia dos paredões de pedra da RPPN, resolveram apor-lhe como epíteto o nome da Dra. Graziela. Anos depois, por ter iniciado minha vida botânica sob os auspícios da Dra. Graziela e tendo a raríssima plantinha como uma das espécies mais importantes da região, sugeri o nome da reserva, que foi prontamente aceito, ajudando a eternizar essa grande pesquisadora de nossa flora.

Para quem desejar conhecer mais sobre a RPPN Graziela Maciel Barroso, temos publicado, no site WWW. Pluridoc.com, o Volume I do Plano de Manejo, no qual constam importantes aspectos de sua flora, fauna e natureza, em geral ( https://www.pluridoc.com/Site/FrontOffice/default.aspx?module=Files/FileDescription&ID=5299&state=SH ). Sobre a nova população de Tillandsia grazielae, que descobrimos, durante as excursões investigativas no local, existe outra publicação, no mesmo site ( https://www.pluridoc.com/Site/FrontOffice/default.aspx?module=Files/FileDescription&ID=5164&state=SH ).

No dia 18 de novembro de 2015, resolvi fazer uma vistoria nas florestas de altitude da RPPN Graziela Maciel Barroso, tirando proveito de uma manhã fresca e úmida de primavera. Embora tenha sofrido muito, em tempos recentes, com a propagação de incêndios florestais, provenientes de áreas limítrofes, as florestas de altitude da Reserva se encontravam muito bem conservadas.

A seguir, mostro alguns aspectos interessantes dessa visita, através de imagens obtidas no local:


Sobre rochas imersas na floresta densa e escura, inúmeras bromélias Neoregelia carolinae se encontravam em flores, exibindo suas vistosas rosetas centrais de folhas, tingidas de vermelho purpúreo, que servem para atrair polinizadores às suas diminutas flores lilacinas, que emergem do tanque central de água. Note-se o caráter alternativo de vegetação dessas persistentes plantinhas, que tanto podem crescer sobre troncos e galhos de árvores, quanto por sobre as rochas que afloram, ou mesmo diretamente no solo, em meio ao material em decomposição.




As matinhas de altitude recebem diretamente as nuvens, que colidem com as cumeadas da serra. São as famosas “florestas nebulares”, onde as gotículas de água dispersas nessas nuvens propiciam ambiente saturado de umidade. Bromélias são numerosas e variadas: Vriesea heterostachys é de longe a mais comum, partilhando espaço com Vriesea jonghei, Vriesea bituminosa, Billbergia sanderiana, Billbergia pyramidalis e diversas Tillandsia spp.


Essas flores não são hortênsias não! São solanáceas: Brunfelsia hydrangeiformis, do mesmo gênero dos conhecidos manacás de nossos jardins, que, aliás, também são nativos daqui.


Nos links a seguir, você poderá ver no Youtube alguns pequenos vídeos feitos nesta excursão:

 https://www.youtube.com/watch?v=bHb1ZvgD41M

https://www.youtube.com/watch?v=3md2Iji9YUE

https://www.youtube.com/watch?v=NLT7e4rtgBg