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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

DE VOLTA À NATUREZA – RUMO AOS CAMPOS MERIDIONAIS DA PAMPA

                Texto revisado em dezembro de 2024


               Em setembro, inicia-se a nova fase da Expedição Fitogeográfica 2012, tendo como objetivo o reconhecimento de um complexo de vegetações muito mal compreendidas do Brasil e de alguns países vizinhos: Os campos da Pampa. A última viagem deste ano – e muito provavelmente também a derradeira antes da conclusão do livro sobre Fitogeografia (FITOGEOGRAFIA DO BRASIL, UMA ATUALIZAÇÃO DE BASES E CONCEITOS, NAU Editora, 2015) – atravessaria diversas áreas campestres do sul do país, desde os campos de cima da serra, nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, até os lendários campos da Pampa Meridional, que se estendem pelo Uruguay e Argentina.

               Tivemos nesta viagem uma passagem obrigatória pela imensa barreira de penhascos de basalto da Formação Serra Geral, que separam vegetações contrastantes, tais como a Floresta Atlântica, em seu compartimento subtropical, no litoral da Região Sul; As magníficas Florestas de Araucárias, verdadeiros testemunhos de eras passadas; E os campos de cima da serra, com os quais dividem espaços as araucárias (Araucaria angustifolia), num complicado jogo de relações ecológicas. Os campos de cima da serra possuem natureza específica, diferindo dos campos da Pampa.

               Num segundo momento, a viagem nos levou pelos campos litorâneos do Rio Grande do Sul, adentrando o Uruguay, passando por algumas das paisagens mais curiosas da Pampa, onde as atividades humanas ocasionaram profundas alterações históricas, que tentamos investigar. É o reino das palmeiras-jatái ou butiás (Butia odorata) e dos lendários ombus ou umbus (Phytolaca dioica – família Phytolacaceae), que formam numerosas e misteriosas populações, em meio aos campos meridionais. A história dessas pradarias foi marcada por eventos determinantes para todos os países deste Cone Sul: Guerras Platinas; Revolução Farroupilha, entre tantos conflitos famosos.

               O retorno se daria através dos campos de espinilho, entre Argentina, Uruguay e extremidade sudoeste do Rio Grande do Sul, onde adentramos novamente os domínios da Pampa Brasileira, através da coxilhas gaúchas, região que congrega os mais enigmáticos campos do Brasil. Já de muito conhecemos esses campestres e sua mística repleta de atavismo. Mas, agora, chegara a hora de desvendar seus mistérios fitogeográficos, coisa que nos levará juntos, meus amigos e leitores, por paisagens de tirar o fôlego.
Como sempre, o blog da Expedição Fitogeográfica 2012 nos unirá, nesta prazerosa expedição, que precedeeu a conclusão de nossa obra sobre as paisagens botânicas brasileiras. Até breve, então!



Acima – Paisagem dos Aparados da Serra, no alto dos basaltos da Serra Geral: Penhascos com quase mil metros a pino. Lá embaixo, a Floresta Atlântica; No topo, as florestas de araucárias e os campos de cima da serra gaúchos.
Abaixo – A subida da Serra do Rio do Rastro, que conduz à região catarinense de São Joaquim, terra das neves brasileiras. Climas contrastantes e vegetações bastante diferentes.




AcimaDensa população de butiás-jataí, no Uruguay