Reveja outras expedições

UMA VISITA À ILHA GRANDE – RIO DE JANEIRO – JUNHO DE 2017

No dia 25 de junho de 2017 , partimos Cledson Barboza , Maurício Verboonen e eu, no rumo da Ilha Grande, no litoral sul do Rio de Janeiro,...

quarta-feira, 22 de junho de 2016

CHILE – CORDILHEIRA DOS ANDES – JANEIRO DE 2006




Dando seguimento à sequência de postagens que paralisara, em 28 de outubro de 2015 (http://expedicaofitogeografica2012.blogspot.com.br/2015/10/aos-pes-dos-andes-argentinos-vegetacoes.html ), pela necessidade de publicar viagens mais recentes, voltamos agora à memorável expedição que realizamos, por terra, através da Argentina e Chile, entre o final de 2005 e início de 2006. A viagem atravessara Foz do Iguaçu, ainda em território brasileiro, passando por lugares impressionantes, como Corrientes, Catamarca, Valle Fertil e Mendoza, na Argentina, de onde realizamos a travessia da Cordilheira dos Andes, chegando ao Chile, em janeiro de 2006.

A visita ao Chile foi uma breve experiência, que serviu para avivar o interesse por aquele esplêndido país, espremido entre a Cordilheira e o Oceano Pacífico, cuja natureza representa incrível contraste com as paisagens a leste dos Andes. Mais adiante, terei oportunidade de publicar novas viagens, realizadas àquele país, anos depois.

Desta travessia andina e de nossa chegada à margem do Pacífico, na lendária cidade de Valparaíso, onde aportara seu mais célebre viajante – Charles Darwin – mais de cento e setenta anos antes, publico agora algumas imagens representativas, lembrando que, àquele tempo, ainda iniciava a passagem para a fotografia digital, não contando com os recursos disponíveis hoje, dez anos após.

Vamos às fotos então, aproveitando para fazer os usuais comentários fitogeográficos:

Abaixo – A travessia dos Andes, pelo Passo Cristo Redentor, se dá numa altitude de quase 4.000m, permitindo ter-se ideia da paisagem botânica resultante do clima alpino, com altos contrastes de luz, umidade e temperatura



O derretimento do gelo e da neve são as fontes fundamentais de suprimento de água, nesses ecossistemas extremamente críticos. A rede de canais, portanto, não apresenta o desenho a que estamos habituados, nos trópicos úmidos, sequer o mesmo que havíamos observado, nos semidesertos argentinos.




Acima - Lagos profundos ocupam vales formados pela ascensão monumental dos picos andinos
Solo, propriamente dito, quase inexiste, nessas grandes altitudes. Mesmo assim, diversas espécies de plantas anuais ou semiperenes vegetam nas frestas de rochas ou nos espraiados de cascalhos fragmentados. Florescer e completar o ciclo fenológico, com rapidez, é tarefa essencial para essas plantas, que também buscam eficiência na polinização, alcançando belos efeitos ornamentais, para atrair a fauna.

Acima - Schizanthus hookerii (família Solanaceae), presença notável na flora andina chilena

AcimaTropaeolum nubigenum (família Tropaeolaceae)

 AcimaChaetanthera sp. - Asteráceas são elementos florísticos importantíssimos, nos ambientes críticos da Cordilheira, de modo similar ao que ocorre nos altiplanos da América Meridional, incluindo Brasil

 Acima – Lindas flores de convolvuláceas rastejantes, na Cordilheira dos Andes

Abaixo – Nas íngremes vertentes, voltadas ao território chileno, formam-se verdadeiras torrentes, que drenam as águas copiosas do derretimento de neves e gelos andinos. Na medida em que ficam para trás as montanhas quase estéreis de cascalhos e pedras, na cumeada da Cordilheira, vão surgindo cactáceas e bromeliáceas típicas, que se vão misturando a arbustos e arvoretas mais densas, até atingirem as planícies e vales centrais do Chile, hoje em dia quase completamente ocupados por lavouras e pomares


Adiante – Uma das razões para a descida às séries de cadeias montanhosas, que se interpõem entre os Andes e o Pacífico, era a contemplação das últimas populações da palmeira-chilena (Jubaea chilensis), que foi quase exterminada, devido à sua utilização, no passado, para o fabrico de xaropes adocicados. É a única espécie de Arecaceae (Palmae), a oeste dos Andes





Acima – O Autor Orlando Graeff estudando suas anotações, sobre a baía de Valparaíso, no Chile, mesmo destino de Charles Darwin, mais de cento e setenta anos antes