No dia 04 de junho de 2013, atravessei mais uma vez a Serra da Mantiqueira, ao longo da
extensa divisa entre os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Desta vez,
cheguei à cidade de Rio Preto, após
acompanhar longamente o vale do rio Preto, vindo de Comendador Levy Gasparian,
na margem da Rodovia BR040. A caminho de mais uma viagem ao Centro-Oeste,
resolvera examinar ligeiramente a Serra Negra, que é uma seção local da Mantiqueira, onde existem
curiosas paisagens de areias quartzosas relacionáveis aos campos de altitude do
Sudeste.
A Serra Negra se eleva de forma admirável, acima de Rio
Preto, na região conhecida como Funil, que possui ligação estreita com a famosa
Serra do Ibitipoca, mais ao norte. Toda sua flora remete àquela região, na qual
se encontra o Parque Estadual do Ibitipoca. Sua cumeada ultrapassa de longe os
1.200-1.300m, mas meu interesse maior eram os areais que “escorrem” pelas
encostas, onde se formam vegetações de índole campestre, muito ricas em sua
flora.
Mesmo a partir de um exame muito ligeiro, tive oportunidade
de conferir a natureza desses ambientes singulares, que são formados pela
decomposição terminal de velhos quartzitos, dos quais resultam extensas franjas
de areias alvas, em meio às florestas estacionais semideciduais de altitude. A
seguir, algumas imagens dos locais visitados e de suas plantas:
Acima – A orquídea Hoffmannseggella crispata vegeta em meio às alfombras de liquens e musgos, tirando partido da
forte luminosidade, que banha os areais da Serra Negra
Acima – Grandes elevações da Serra Negra, na
divisa entre Rio de Janeiro e Minas Gerais, ao fundo. Em primeiro plano, uma
população de candeias (Eremanthus
erythropappus – família Asteraceae) e, em segundo plano, uma escarpa de
quartzito, em fase de decomposição erosiva
Adiante – Algumas paisagens de areias quartzosas,
que sugerem ações humanas, mas representam feições primitivas, que abrigam
flora muito rica e singular, graças à farta iluminação, que beneficia
orquídeas, bromélias, cactáceas e muitas outras preciosidades botânicas
Abaixo – Sob as lapas de quartzito, que formam
grutas naturais, vegetam plantas delicadas como eriocauláceas, begoniáceas,
gesneriáceas e orquidáceas, além de musgos e líquens diversos.
Acima – Sinningia
tuberosa (família Gesneriaceae) ocupa as festas úmidas do quartzito,
por onde gotejam águas eternas
Adiante – Elegantes cactáceas Arthrocereus melanurus
são marca
característica da paisagem da Serra Negra. Seus cladódios colunares se erguem
de modo singular, em meio à brenha dos scrubs
altitudinais
A Seguir – Abutilon
sp. (família Malvaceae)
Acima - Companhia para minhas andanças
solitárias
Olá Amigo, moramos tão proximos porém não nos vemos com frequência. Estamos com saudades de voces.
ResponderExcluirFicamos felizes por ver seu maravilhoso trabalho de pesquisa em Serra Negra.
Abraços,
Tânia e Pedro
Salve, amigos. Esse trabalho avança, passo a passo, lugar por lugar. Sou incorrigível amante de nossas paisagens e jamais esqueço o tempo maravilhoso que passamos na Posse (Petrópolis), entre bons amigos, que nos puseram para frente, com todo seu carinho. Sim, vamos dar um jeito de nos ver, entre uma expedição e outra. Abraços
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