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terça-feira, 17 de setembro de 2013

CORRIENTES – ARGENTINA – ATRAVESSANDO O CHACO ÚMIDO

               Em janeiro de 2006, atravessamos, pela primeira vez, o lendário domínio do Chaco Argentino, na região de Corrientes. A cidade de Corrientes, à margem esquerda do rio Paraná, é um marco tradicionalista, na América Meridional. Terra de história e de Chamamé (uma belíssima dança gaúcha), Corrientes é o portal do Chaco, um bioma que abarca grande parte da Argentina, Paraguai e Bolívia, tocando o Brasil em dois enclaves: Na Barra do Quaraí (ver http://expedicaofitogeografica2012.blogspot.com.br/2012/10/parque-estadual-do-espinilho-barra-do.html ), à forma de Parque de Espinilho; e na região pantaneira de Porto Murtinho, no Mato Grosso do Sul (futuramente no blog). Caracteriza o Chaco um clima frio de inverno, em contraste com um dos maiores calores da América do Sul, durante o verão. De fato, entre Corrientes e Santiago Del Estero, nesta viagem, enfrentamos calor da ordem de 43oC. No inverno, as temperaturas chegam a bater ali nos -8oC.

               Entender a vegetação do Chaco e tudo o que estávamos por ver, dali para as Pré-Cordilheiras dos Andes, a oeste, é desafio superlativo, que não tínhamos a pretensão de cumprir, em tão curta permanência. Porém, a travessia dessas áreas subtropicais correspondeu a marco conceitual, para a compreensão de muito daquilo que vemos em nossas próprias terras brasileiras. Está ali, para ser oportunamente contada, boa parte da história natural das paisagens sul-americanas.

               A seguir, um pouco do que vimos, no Chaco Argentino, na região de Corrientes:


Adiante – Adentrando o centro-norte da Argentina, atravessamos o Chaco, uma vegetação de natureza savânica, cuja flora se adaptou para uma alternância estacional entre calor descomunal e frio intenso. De longe, o Chaco Úmido lembra o Pantanal Mato-Grossense, com o qual confina, no Centro-Oeste do Brasil. Internamente, contudo, difere muito de nossa flora estacional semidecidual


Acima – Belo tronco de Schinopsis balansae (família Anaracdiaceae), conhecido como quebracho-colorado. Juntamente com Aspidosperma quebracho-blanco (Apocynaceae), já foi madeira cobiçada, na Argentina, até sua quase completa extinção


Acima – A bromélia Pseudananas sagenarius, assim como Aechmea distichantha e Bromelia sp., é planta importante, no sub-bosque do Chaco Úmido, formando populações extensas e intransponíveis, tal como ocorre no Semiárido do Nordeste, no Brasil, com algumas outras bromeliáceas.

Abaixo – Vista interna de um trecho da vegetação típica do Chaco, cuja semelhança com a Caatinga já fez imaginar que seriam uma só vegetação. Trabalhos recentes comprovaram terem se separado há muito tempo, ainda no Terciário



Acima – O açucará (Gleditsia amorphoides – família Fabaceae) é uma árvore comum, no Chaco Úmido, sendo compartilhada com a floresta estacional semidecidual da bacia do rio Paraná, no Brasil, de onde vínhamos, nesta viagem

Abaixo – As áreas alagáveis do Chaco Úmido são geralmente cobertas por plantas herbáceas com flores vistosas, do gênero Canna (família Cannaceae), ou por tapetes verdes de plantas aquáticas macrófitas





A Seguir – Aspectos típicos da cidade argentina de Corrientes, na margem do imenso rio Paraná







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