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UMA VISITA À ILHA GRANDE – RIO DE JANEIRO – JUNHO DE 2017

No dia 25 de junho de 2017 , partimos Cledson Barboza , Maurício Verboonen e eu, no rumo da Ilha Grande, no litoral sul do Rio de Janeiro,...

sábado, 11 de maio de 2013

NO CAMINHO DAS ARAUCÁRIAS – VALE DO RIO CHAPECÓ – SC


               Ao final de abril de 2013, novamente adentrei o território das araucárias, na Região Sul, através do planalto da alta bacia do rio Chapecó, na divisa entre o Paraná e Santa Catarina. No altiplano paranaense, onde a altitude suplanta os 1.300m, imperam os campos idênticos àqueles que encimam a borda da Serra Geral, mais próximo ao litoral (ver São José dos Ausentes -http://expedicaofitogeografica2012.blogspot.com.br/2012/09/os-campos-de-cima-da-serra-e-o-canion.html  ). Esses campos de cima da serra vegetam sobre basaltos quase planos, tendo sob suas raízes a rocha quase aflorante. Quando se rompe o planalto, ao sabor do avanço erosivo da alta bacia do rio Chapecó, já em terras catarinenses, surgem as florestas subtropicais, que medram sobre solos mais espessos, tendo as araucárias como elemento característico.

               As araucárias ou pinheiros-do-paraná (Araucaria angustifolia – família Araucariaceae) foram intensamente explorados, durante o Século XX, principalmente, o que em muito dificulta a interpretação de sua verdadeira ocorrência, nas florestas originais. Essa era a minha missão, nesta viagem: Tentar desvendar o papel ecológico dessas admiráveis coníferas, nos domínios da vegetação subtropical brasileira. A viagem complementou esplendidamente as reflexões anteriores, tendo circundado as áreas do Parque Nacional das Araucárias, unidade de conservação bastante recentemente demarcada e ainda insuficientemente implementada.

               Em verdade, o território das araucárias, que hoje se encontra englobado na Mata Atlântica, a partir do entendimento biogeográfico oficial, comporta DUAS formações florestais interconectadas: A legítima floresta de araucárias, que ocupa o cimo dos planaltos de basaltos da Formação Serra Geral, sob condições de frio rigoroso; E a floresta estacional semidecidual da bacia do rio Paraná, com sua formação de alta encosta, que ocupa as vertentes inclinadas e enfurnadas. A interpenetração florística entre ambas é fortíssima e mascara a necessária interpretação distinta. Essas duas florestas se relacionam a histórias naturais complementares, ligadas ao avanço erosivo Terciário e Quaternário e às mudanças climáticas – principalmente Quaternárias – que vêm lentamente reduzindo as superfícies de cimeira da velha Bacia do Paraná (bacia geológica, não confundir com a bacia hidrográfica do rio Paraná).
Veja, nas imagens que são apresentadas a seguir, um pouco desta nova viagem, relacionada à Expedição Fitogeográfica:




 Acima: o samambaiaçu conhecido como Xaxim (Dycksonia sellowiana – família Dycksoniaceae), que fez história em nossa horticultura, por fornecer a celebrada fibra, usada no cultivo de orquídeas, é um dos elementos mais marcantes das florestas subtropicais do país


Abaixo:  Entre União da Vitória e o planalto de Palmas, no Paraná, as araucárias ocupam as bordas dos campos, debruçando-se sobre a bacia do rio Iguaçu





A Seguir:  Cortes rodoviários ajudam a explorar as diferenças entre os solos que abrigam as florestas subtropicais da região das araucárias e os campos de cima da serra. Mantos espessos de solos argilosos comportam o raizame abundante das matas, que não podem vegetar nas lajes duras, que abrigam os campos. Notar a abundância das macelas ou marcelas (Achyrocline satureoides – família Asteraceae) floridas, na região dos campos.




  
Adiante:  Florestas subtropicais de araucárias, no caminho para Passos Maia, na alta bacia do rio Chapecó.








A Seguir:  Nas margens do rio Chapecó, vegetam florestas ciliares, com flora admirável, a despeito do avanço acelerado das culturas exóticas, como o pinheiro-americano, observado ao fundo, em parte de uma das fotos.






Adiante:  Florestas estacionais semideciduais de encostas de altitude recobrem os vales sombreados da região próxima a Passos Maia e Ponte Queimada, em Santa Catarina, nas cercanias do Parque Nacional das Araucárias. O pinheiro-do-paraná não vegeta de forma importante, em meio a essas matas densas, restringindo-se às bordas planálticas, onde sua figura monumental se destaca à distância.




Abaixo:  Áreas agrícolas da região de Passos Maia, em Santa Catarina, em meio aos domínios da zona das araucárias




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