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UMA VISITA À ILHA GRANDE – RIO DE JANEIRO – JUNHO DE 2017

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quarta-feira, 17 de agosto de 2016

ESQUEL – ARGENTINA: PARQUE NACIONAL LOS ALERCES – 2008

A expedição pela Patagônia Argentina e Chile chegou a seu ponto mais austral, quando chegamos a Esquel, em território argentino, de onde atingiríamos a Parque Nacional Los Alerces, situado às margens do Lago Futalaufquen, no Distrito das Selvas Temperadas, nas quais o frio exerce influência bem determinante. Nosso principal objetivo, nesta visita, era encontrar e contemplar de perto os lendários e milenares alerces (Fitzroya cupressoides – família Cupressaceae), que são alguns dos seres vivos mais velhos do nosso planeta.

Os alerces são árvores agigantadas, pertencentes à mesma família de coníferas em que estão os ciprestes-da-cordilheira (Austrocedrus chilensis) e os ciprestes-das-guaitecas (Pilgerodendron uviferum), que costumam dividir espaço com essas árvores milenares. Fornecendo bela madeira, com tonalidades entre o amarelado-castanho e o rosado, os alerces foram massivamente explorados, dos dois lados dos Andes, até quase a extinção. Não se tinha ideia de sua antiguidade, até que os cientistas descobriram que seu crescimento era extremamente lento, acumulando apenas entre 0,8mm e 1,2mm por ano, o que fazia algumas dessas belas árvores remontarem a mais de 3.000 anos.

Hoje, são árvores protegidas e dividem com as sequoias, suas parentes próximas norte-americanas, o posto de seres vivos mais longevos da Terra, embora não atinjam o porte monumental daquelas. Não havíamos tido sucesso, em nossas investidas atrás dos alerces, em solo chileno. Agora, na margem mais distante do Lago Menendez, fazíamos nossa derradeira tentativa de nos aproximar deles, exatamente no Parque Nacional Los Alerces.

O Parque Nacional Los Alerces fica situado na vertente argentina dos Andes, muito próximo a Esquel, numa altitude inicial de seus 520m, onde estão situados os lagos Futalaufquen e Menendez, que circundamos, até uma rápida embarcação, que nos levou até a reserva de alerces, na extremidade mais ocidental do segundo. Fiquem com os comentários sobre esta bela excursão e sobre a natureza de Esquel, nas imagens a seguir:

Abaixo – O alerce (Fitzroya cupressoides) é um dos seres vivos mais velhos do planeta. Por seu porte e pela qualidade de sua madeira, esteve à beira da extinção, sendo hoje protegido, no Parque Nacional Los Alerces


A Seguir – Belas enseadas e paisagens paradisíacas atraem turistas para o Parque Los Alerces, durante o verão austral, que dura pouco. Os lagos Futalaufquen e Menendez, principais pontos turísticos de Esquel, são inteiramente circundados por picos nevados e glaciares, que tornam a paisagem única




Abaixo – Durante a navegação do Lago Menendez, é possível apreciar o Glaciar Torrecillas, que mostra perfeitamente a geomorfologia dos vales formados por geleiras, com seu formato em U e a formação de um imenso cone de dejeção, ao pé do glaciar, que tem aspecto de moraina. Embora muito pequeno e visivelmente em retração, por conta do aquecimento do clima geral, este glaciar permite uma excelente interpretação do fenômeno das geleiras e como elas trabalham o relevo.



Adiante – Aspectos do rio Arrayanes, que interliga alguns dos diversos lagos do Parque Los Alerces, com suas águas límpidas, circundado pela densa floresta temperada, na qual se abrigam fagáceas e coníferas, entre elas os alerces.




A Seguir – Por entre túneis de bambus nativos (Chusquea sp.), atinge-se a mais esplêndida população de alerces do Parque. Praticamente só existem exemplares velhos e portentosos, quase inexistindo plantas jovens dessa espécie, o que faz pensar em condições pretéritas que favoreceram a conífera, talvez pelo meio do Holoceno, até alguns milhares de anos atrás.











Acima – Pedaços de madeira de alerce, raramente vista, pela sua raridade. Estes fragmentos eram provenientes de um velho alerce, que tombara sobre a trilha, sendo cortado pelos funcionários do Parque

Acima – Orlando Graeff posando ao lado de um velho exemplar de Fitzroya cupressoides


Abaixo –Águas límpidas do Lago Menendez, próximo aos alerces


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