Gavião-de-cauda-branca
(Geranoaetus
albicaudatus) sobrevoando os arenitos de Poxoréo, Mato Grosso
Na sequência das atividades ligadas à minha recente viagem
ao Centro-Oeste (ver postagens imediatamente anteriores), realizei nova
excursão pelas paisagens de arenitos ligados ao Planalto dos Alcantilados, na região sul do Mato Grosso,
entre Rondonópolis e Primavera do Leste. Essa região ainda guarda importantes
fragmentos de cerrados rupestres e afloramentos de arenito, tendo como eixo
principal a rodovia MT130, que conheci nos anos 1980, ainda então um caminho
precário de terra, somente enfrentado com veículos fora-de-estrada.
Meu objetivo principal, nesta ligeira excursão, era tentar
mais uma vez achar as bromélias Dyckia rondonopolitana em flores,
que imaginava ser a oportunidade exata. Havia tempo que tentava flagrá-las com
suas inflorescências, de forma a observar seu padrão reprodutivo. Desta vez,
consegui encontrar plantas floridas, além de observar outros aspectos das
paisagens rochosas ao redor.
Sobre visitas anteriores a essa região, pode ser conferido na postagem visita ao habitat de bromélias do gênero Dyckia - 2016 (Vamos aos comentários, nas imagens a seguir:
A seguir – Aspectos dos arenitos da região sul do Mato Grosso, que
são morros-testemunho de imensos processos erosivos entre o final do Terciário
e do Quaternário inferior e abrigam notáveis populações refugiadas de bromélias
do gênero Dyckia, num mapa quase indesvendável de biodiversidade
Acima – o famoso Morro da Mesa, que domina a paisagem da
localidade de Poxoréo. Estas mesas e mesetas, em forma de tepuis, nada mais são
que restos de pretéritos planaltos, que marcaram a paisagem Terciária do Brasil
Central. Sobre esses soberbos platôs, surgiu a vegetação que originou o
Cerrado, em nossos dias
Acima – lindo arbusto
de Heteropterys
birsonimifolia (família Malpighiaceae), em flores, próximo a Poxoréo
Adiante – Aspectos do
florescimento de Dyckia rondonopolitana, cujo habitat é extremamente exíguo,
sendo conhecidos poucos fragmentos, na região do Planalto dos Alcantilados,
segundo o naturalista Walter M. Kranz, que os vem estudando, no extenso
corredor migratório entre o Mato Grosso do Sul e o Pará, atravessando MT e GO.
Embora o padrão de
florescimento dessas plantas possa variar sobremaneira, em face de variações
climáticas plurianuais, suas inflorescências não se mostravam abundantes como
imaginara antes, revelando estreito gradiente microclimático e edáfico a
governar seus estímulos reprodutivos. Talvez advenha daí sua referida raridade
na natureza
Acima – o gavião-de-cauda-branca
ou gavião-de-rabo-branco é atacado por pequeno pássaro, que lhe tentava afastar
de seu território de nidificação
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