Belém do Pará representou o ponto mais ao
norte da Expedição Fitogeográfica de
2012, em sua primeira fase. Chegar ao portal da Amazônia foi experiência
realmente emocionante, a despeito do estado avançado de destruição de suas
florestas, que não se mostraram a mim, senão de muito longe. Por mais que
vasculhasse as cercanias da cidade, no curto espaço de tempo em que por ali
permaneci, não consegui uma aproximação mais íntima. Tudo o que via era a
acelerada expansão da cidade, à qual a floresta nada mais significa que um
entrave a ser retirado.
Mas, o naturalista sempre consegue ler nas
entrelinhas, olhar nos interstícios. E não deixei de captar algumas imagens da
Mata Amazônica de Várzea, além de alguns de seus elementos botânicos notáveis,
que represento, a seguir, nas imagens fotográficas. Além disso, a íntima
ligação do povo paraense com a floresta ficava patente, no famoso Mercado
Ver-o-Peso, aonde fui “bater o ponto”, como é obrigação de qualquer visitante
que venha conhecer Belém do Pará. Aproveitem algumas dessas imagens:
A
Flora Amazônica: Bromélias não são tão abundantes
quanto na Floresta Atlântica, que visitáramos antes, na Bahia. Mas surgem
algumas espécies características, como Aechmea cf. setigera (nas árvores,
sem flores) e Streptocalyx poeppigii, que se encontrava florida.
A
Seguir: A cidade de Belém fica às margens do rio,
cercada de florestas de várzea, nas quais abundam palmeiras-açaí (Euterpe
oleracea).
Abaixo: A floresta somente se mostra ao longe, nas proximidades de Belém do
Pará, mas impressiona por seu porte e seu viço.
A
Seguir: Todas as cores e sabores do Mercado
Ver-o-Peso, no Centro de Belém.
Os aningais - Abaixo - Substituem os manguezais, na região de Belém. São formações homogêneas de Montrichardia arborescens, que parecem florestas, na margem dos rios.
As
Chuvas: Não é lenda! Chove copiosamente,
praticamente todos os dias, com grossos aguaceiros, que refrescam um pouco,
muito pouco, o clima opressivo da capital paraense.