Reveja outras expedições

UMA VISITA À ILHA GRANDE – RIO DE JANEIRO – JUNHO DE 2017

No dia 25 de junho de 2017 , partimos Cledson Barboza , Maurício Verboonen e eu, no rumo da Ilha Grande, no litoral sul do Rio de Janeiro,...

quinta-feira, 26 de julho de 2012

UMA VISITA A COSTA RICA NO MATO GROSSO DO SUL


               Entre uma fase e outra da Expedição Fitogeográfica 2012, obriguei-me a realizar viagem de negócios ao Mato Grosso, em julho, antecedendo os planos da segunda seção de trabalhos deste ano, que precede a conclusão do livro. Segui por São Paulo, atravessando o nordeste do estado de Mato Grosso do Sul. Já andara por ali, diversas vezes, e realizara uma importante visita ao Parque Nacional das Emas, bem próximo, ano passado, onde averiguara algumas hipóteses sobre vegetações campestres. Porém, nunca me detivera na famosa Costa Rica, onde ficam situadas as cabeceiras do rio Taquari, um dos mais importantes do Pantanal.

               O rio Taquari faz parte do mais extenso e famoso leque fluvial do Planeta – o leque do Taquari – um tipo de megacone de dejeção que, ao longo do Quaternário (cerca de 2 milhões de anos a.p.), carregou imensas massas de sedimentos para dentro do Pantanal, empurrando para oeste, até a fronteira com a Bolívia, o curso do rio Paraguai e o próprio território pantaneiro. Sempre ouvira falar ou vira as fotografias do fenomenal pediplano que marca as cabeceiras do rio Taquari, agora transformadas num Parque Estadual. Não me arrependo de ter realizado uma rápida visita à região de Costa Rica, onde os planaltos rigorosamente planos e cobertos de lavouras se encontram com as mais fantásticas frentes de cuestas, que são os penhascos que se projetam sobre a Planície Pantaneira.

               Ciceroneado por Valdir Justino de Almeida, dono da empresa de turismo ecológico receptivo Costa Rica Turismo, pude conhecer alguns dos mais importantes pontos de interesse da região, ainda muito pouco explorada. Nada melhor, como de costume, do que mostrar um pouco dos aspectos naturais de Costa Rica, através de algumas fotografias:


Abaixo: Num Parque Municipal, situado pouco mais de três quilômetros do centro de pequena Costa Rica, belas cachoeiras representam as mais famosas atrações desta região.



Abaixo: Os pontos de maior interesse para minha visita estavam relacionados à gigantesca depressão do rio Taquari, que precedem o Pantanal. São frentes de cuestas, ou seja, conjuntos de paredões íngremes e platôs que revelam a história natural de toda essa região. Cada camada de formações geológicas se encontra ali perfeitamente exposta, revelando os magnos processos de erosão torrencial e diferencial que formaram o relevo. Encarapitadas em micropaisagens específicas, abrigam-se as diversas vegetações do Cerrado.






Acima: Epidendrum campestre (família Orchidaceae) floresce delicadamente, dependurada sobre íngremes falésias do Alto Taquari.
Abaixo: Veloziáceas diversas e bromeliáceas do gênero Dyckia ocupam as bordas dos chapadões de arenito, beneficiando-se da exclusividade de seu ambiente ensolarado e ventilado.



A Seguir: Num rochedo misto de arenito e quartzito, isolado em meio à depressão do vale do rio Taquari, denominado Tope da Pedra, encontram-se conjuntos de inscrições rupestres similares às da região de Rondonópolis (Cidade de Pedra – RPPN João Basso). A flora deste restrito relicto rochoso é singular, pelo encontro de algumas cactáceas colunares, relacionadas à flora do Chaco Argentino, misturados a velhas Norantea guianensis (rabos-de-arara) que assumem aspecto de bonsais tortuosos. Sobre essas obras da arte oriental, vegetam bromélias Tillandsia streptocarpa, que conferem ainda maior mistério aos jardins espontâneos de Costa Rica.







Acima: Inflorescências de Norantea guianensis (família Marcgraviaceae) que vegetam sobre os afloramentos do Tope da Pedra.
Abaixo: Curioso fragmento de rocha aprisionado entre duas faces da rocha diaclasada, no Tope da pedra.



A Seguir: Valdir Justino posa entre as folhas de um belo exemplar de Philodendron Mello-barretoanum (família Araceae), sobre um matacão de arenito do Tope da Pedra.




Acima: A bromélia Billbergia cf. porteana domina os paredões de rocha arenítica, ao longo de toda a depressão pantaneira, vegetando de forma litofítica e ocupando locais insuspeitos.
Abaixo: O autor Orlando Graeff posa no portal das cactáceas, ponto obrigatório de passagem, no Tope da Pedra.





A cachoeira das Araras é uma das mais belas e bem conservadas atrações da região de Costa Rica. Abaixo – O voo da arara-piranga, habitante comum dessas costas rochosas, à borda do Pantanal.


Um comentário:

  1. É sempre bom ver que alguém se interessa em desbravar as belezas do nosso país. Acredito que antes de procurar conhecer particularidades de outros países, devemos mergulhar na imensidão que é o nosso Brasil, que apresenta ecossistemas diversificados e surpreendentes.

    ResponderExcluir