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UMA VISITA À ILHA GRANDE – RIO DE JANEIRO – JUNHO DE 2017

No dia 25 de junho de 2017 , partimos Cledson Barboza , Maurício Verboonen e eu, no rumo da Ilha Grande, no litoral sul do Rio de Janeiro,...

quinta-feira, 9 de maio de 2013

VALE DO RIBEIRA, A CAMINHO DAS ARAUCÁRIAS


               No final de abril de 2013, parti mais uma vez, no rumo do Sul do Brasil, desta vez, a caminho da Região das Araucárias e Vale do rio Uruguai. O objetivo principal era o de conferir alguns aspectos relacionados às florestas subtropicais de araucárias, entre o Paraná e o Rio Grande do Sul. Também voltaria a atravessar a Pampa, onde estivera, meses antes, por ocasião dos estudos sobre os Campos Sulinos. Além disso, visitaria as florestas estacionais da bacia do rio Paraná, que se estendem curiosamente sobre parte do Planalto Médio do Rio Grande do Sul.

               No caminho, atravessei de cheio o famoso Vale do Ribeira, que compreende uma ampla depressão litorânea, entre os estados de São Paulo e Paraná, centralizada pelo rio que lhe empresta o nome: o rio Ribeira do Iguape, ou simplesmente Ribeira. Duas formações florestais significativas se interpunham em meu caminho: As florestas inundáveis do litoral, nas quais sobressai a caixeta (Tabebuia cassinoides – família Bignoniaceae); e as florestas tropicais pluviais de encosta (floresta ombrófila densa), que revestem a zona planáltica da barra do rio Turvo, em Barra do Turvo.

               As florestas inundáveis do litoral possuem florística própria, abrigando uma imensa profusão de epífitas, que encontram ambiente propício, em função do caráter quase homogêneo do arvoredo, que permite forte penetração dos raios solares. Medram onde o solo se encontra saturado pela umidade, poucos metros acima do nível do mar, porém, longe da influência direta das marés.
As florestas densas de encosta recobrem uma zona planáltica intermediária, entre a baixada litorânea do sul de São Paulo e o planalto das araucárias, no Paraná. O aspecto mais notável das matas de Barra do Turvo, que vegetam na faixa dos 700m, é a presença de extensos ecossistemas parcialmente alagáveis entremeados a morrarias convexas. Pouco restou, no Brasil, das matas que, um dia, cobriram as baixadas saturadas de umidade – terraços fluviais – que foram devastadas pela agropecuária e pela expansão das áreas urbanas. Ali, no sul de São Paulo, ainda se podem contemplar esplêndidos fragmentos dessas ricas vegetações.


  
A Seguir: Imagens que mostram a floresta inundável do litoral, na região de Registro, em São Paulo. Dominam caixetas (Tabebuia cassionoides – família Bignoniaceae), sobre as quais crescem miríades de orquídeas e bromélias





Acima: Imagem aproximada que mostra lindas inflorescências da orquídea Coppensia flexuosa, que crescem entremeadas a bromélias Vriesea philippocoburgii, uma das plantas que dominam o ambiente epífita


Acima: Aechmea nudicaulis é outra bromeliácea excepcionalmente numerosa, nas matas de caixeta



A Seguir: Florestas densas recobrem a zona planáltica intermediária, aos 700m de altitude, na região da Barra do Turvo. Trechos semi-alagáveis comportam populações densas de palmeiras-jerivás (Syagrus romanzoffiana), além de árvores cobertas de bromélias e orquídeas








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