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quarta-feira, 28 de outubro de 2015

AOS PÉS DOS ANDES ARGENTINOS – VEGETAÇÕES CAMPESTRES

Quando por ocasião de nossa passagem por Mendoza, na Argentina (ver postagem – Mendoza e os Andes Argentinos - http://expedicaofitogeografica2012.blogspot.com.br/2015/08/mendoza-e-os-andes-argentinos-2006.html ), em 2006, realizamos uma ligeira digressão aos pés da Cordilheira, na isolada região de Laguna Diamante. Infelizmente, por causa de uma recente avalanche de neve e pedras, o caminho até a admirável Laguna se encontrava interrompido, o que não nos impediu, é claro, de examinar a curiosa paisagem botânica local.

O solo é proporcional à situação de cada encosta: sobre as vertentes mais agudas, onde a neve cobre com frequência, nada mais existe do que uma miríade de pedregulhos (clastos) angulosos, sobre os quais pouca coisa chega a medrar; na base e no fundo dos vales espremidos, chega a se acumular algum sedimento, as pedras se misturam ao loess fino dos vulcões e à fina “areia”, que nada mais é do que a rocha vulcânica finamente dividida.

Nesses vales muito exíguos, que mostram as marcas das violentas torrentes, que as atravessam, no degelo, para se esvaírem nas planuras desérticas abaixo, é onde a vida se concentra. Plantas anuais, com lindas flores coloridas, se misturam a arbustos muito rijos e adaptados. Nesta região, podem ser vistos os derradeiros cactos, que acompanham a extensa Cordilheira, desde a América Central, encontrando ali seus limites austrais.

Poucas formas de vida conseguem se adaptar às ásperas condições antepatagônicas e subalpinas dos Andes de Mendoza. São “ecossistemas críticos”, que não devem ser confundidos com ecossistemas criticamente ameaçados, embora usualmente acabe sendo esta sua condição de conservação. Em nosso livro Fitogeografia do Brasil – Uma Atualização de Bases e Conceitos (ver postagem anterior http://expedicaofitogeografica2012.blogspot.com.br/2015/10/o-livro-fitogeografia-do-brasil-uma.html ), discorremos sobre a dura condição de sobrevivência das formas de vida, nesses ecossistemas muito pouco diversificados (ecossistemas críticos).

É reconhecido o estado de intensa invasão desses ecossistemas críticos argentinos por plantas exóticas, que facilmente ocupam os espaços das espécies nativas. Ali, na estradinha perdida para a Laguna Diamante, contudo, ainda se consegue apreciar boa parte das belas espécies nativas da Argentina, sendo muitas pouco conhecidas por nós.


Aproveite as imagens obtidas em 2006, por ocasião desta passagem pelos pés dos Andes:


acima - guanacos habitam as áreas desérticas da Laguna Diamante
adiante - Paisagens ao sul de Mendoza, na Argentina, aos pés dos Andes








 acima - As últimas cactáceas, ao sul da América, habitam a pré-cordilheira da região de Mendoza: Maihuenia patagonica 




 acima - Senecio filagionoides (Asteraceae) é uma das mais importantes plantas dessas vegetações rasteiras da antessala da Patagonia 






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