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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

SERRA GAÚCHA – JANEIRO DE 2016 – MAIS SOBRE OS BASALTOS DA SERRA GERAL

Nossa viagem ao Sul do Brasil, entre dezembro de 2015 e janeiro de 2016, atravessou as belas florestas litorâneas, desde o estado de São Paulo, até Santa Catarina, passando pelo Paraná, onde visitamos a região de Guaraqueçaba, importante reserva de vegetações bem conservadas. Tudo isso você pôde verificar na série de postagens que veiculamos aqui, no blog das Expedições Fitogeográficas

Também subimos os aparados da Serra Geral, que são magníficas escarpas escavadas durante milênios, nos basaltos de mais de cem milhões de anos, revisitando a região de Urubici, na Serra Catarinense, onde visitamos a Cachoeira da Neve e seus xaxins gigantes.

No Rio Grande do Sul, durante nossa permanência, pudemos ainda examinar mais algumas paisagens relacionadas aos basaltos da Serra Geral, assim como as florestas subtropicais que se lhes entremeiam. A seguir, algumas imagens desta seção da expedição, acompanhadas dos comentários, que complementam as informações:


Acima – A época desta expedição propiciou encontro com algumas orquídeas célebres, em flores, como a Cattleya tigrina (=Cattleya leopoldii), que habita as florestas mais baixas e quentes, dos vales dos rios centrais do RS, ou a delicada Coppensia varicosa (=Oncidium varicosum), fotografada na floresta subtropical do planalto da Serra Gaúcha, em Caxias do Sul - Abaixo




A Seguir – Os principais rios que cortam o planalto da Serra Gaúcha, tais como o rio Pelotas (que forma o rio Uruguai), o Caí e seus tributários, assim como o belo rio das Antas, são encaixados em profundas falhas no embasamento de basaltos da Formação Serra Geral. Sobre a crista planáltica, dominam as florestas mistas de araucária e os campos de cima da serra, num tipo de paisagem que chamamos de ARAUCARILÂNDIA, adotando a denominação histórica do naturalista Frederico Carlos Hoehne. Nas vertentes dissecadas e íngremes, vegetam florestas subtropicais, onde as grandes coníferas desaparecem, por completo, até chegar-se à margem desses rios, cercadas por florestas de certa tropicalidade. Tudo isso foi detalhadamente discutido, em nosso livro FITOGEOGRAFIA DO BRASIL, UMA ATUALIZAÇÃO DE BASES E CONCEITOS (Orlando Graeff, 2015 – NAU Editora)





A Seguir – O Cânion do Palanquinho, próximo a Criuva, no interior de Caxias do Sul, é exemplo característico de paisagem relacionada aos basaltos da Serra Geral, exibindo os campos e florestas subtropicais, com araucárias (Araucaria angustifolia – família Araucariaceae), em suas crista, e abrigando florestas densas, dentro dos vales, onde a conífera brasileira somente aparece de forma excepcional








Acima – Paredões íngremes de rocha pura, no Cânion do Palanquinho, abrigam flora relíquia de tempos frios e semiáridos, onde sobressaem gesneriáceas do gênero Sinningia, orquídeas Epidendrum fulgens, os mesmos que admiramos nas areias de Santa Catarina, com suas flores alaranjadas, e grandes bromélias duras e espinhentas do gênero Dyckia (grupo de Dyckia maritima)


Acima – Dependendo da orientação cardeal da encosta, nos amplos vales desses rios serranos, observam-se fragmentos de floras-relíquia semiáridas, como é o caso desta ocorrência de populações da cactácea Cereus hildmannianus, no vale do rio das Antas, próximo a Criuva, em Caxias do Sul

Abaixo - Um dos mais importantes aspectos da paisagem da Serra Gaúcha é a presença histórica dos imigrantes italianos, que chegaram há mais de um século e modificaram, desde então, de forma irreversível, o quadro natural da região


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