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UMA VISITA À ILHA GRANDE – RIO DE JANEIRO – JUNHO DE 2017

No dia 25 de junho de 2017 , partimos Cledson Barboza , Maurício Verboonen e eu, no rumo da Ilha Grande, no litoral sul do Rio de Janeiro,...

domingo, 6 de maio de 2012

CRUZANDO A CAATINGA CEARENSE, EM PLENA SECA


               Não se pode evitar impressão profunda, ao se atravessar a região central da Caatinga do Ceará, em meio à mais severa seca dos últimos anos. Segundo a imprensa cearense, que não cessava de comentar este evento climático, nada igual havia se verificado, desde quase cinquenta anos. Foram cerca de 400km, em meio à mais típica região da Caatinga, na Depressão Sertaneja Norte, até chegar a Juazeiro do Norte, vindo de Crateús, de onde parti, na manhã do dia 05 de maio.

               As imagens que apresento a seguir, assim como seus comentários, explicam um pouco dos contrastes que contemplei, ao cruzar a core-área da Caatinga, como chamava o grande Geógrafo Aziz Ab’Sáber: O coração do bioma, região na qual se encontram as mais expressivas vegetações do Semiárido Nordestino:

Nas fotos a seguir: Evitei os lugares-comuns de imagens cruentas dos efeitos da seca, uma vez que elas já abundam, nas emissoras de TV e revistas. A Expedição Fitogeográfica 2012 possuía objetivos afetos às vegetações, não possuindo eu a necessária competência para me dedicar aos efeitos sociais da seca. Mesmo assim, não deixei de registrar algo que pensei importante para meus objetivos: O contraste entre a situação das roças de milho, assim como das pastagens, com a vegetação nativa da Caatinga.





As árvores da Caatinga permanecem verdes e apenas seguem seu ritmo usual de perda de folhas, como em tantos outros anos, mostrando que, na verdade, o homem não conseguiu entender apropriadamente os processos que tomam lugar, há tantos milhares de anos, no ambiente nativo.




um dos últimos açudes ainda com o restante de suas águas



Próximo aos limites sul da imensa depressão central da Caatinga Cearense, a vegetação mudava de cor, tornando-se mais verde, do vale do rio Jaguaribe em diante. Nas vertentes voltadas ao sul ou nas regiões mais elevadas, surgia até mesmo uma caatinga-arbórea com índole florestal.



Adiante: Próximo à vertente da Chapada do Araripe, onde as altitudes saltam dos 300-400m para até 900m, voltei a ver palmeiras, especialmente uma espécie de Syagrus e a escultural Acrocomia intumescens, cujo tronco se torna espesso, a meio-fuste.





Abaixo: Uma espécie de Parkia (Parkia cf. platycephala) representa uma das mais importantes árvores da floresta seca que reveste a Chapada do Araripe. Muito se tem discutido sobre a natureza dessas belas matas, protegidas pela Floresta Nacional do Araripe, mas elas seguramente não rivalizam com aquelas que visitara em Ubajara, em altitudes semelhantes.



Adiante: Algumas imagens da floresta seca da Chapada do Araripe, em suas diversas fácies. Epífitas são praticamente raras, na região do Crato e Juazeiro do Norte, resumindo-se a alguns exemplares de orquídeas do gênero Catasetum e bromélias dos gêneros Tillandsia e Aechmea (Aechmea bromeliifolia).






Acima: Por mais que a seca tente, não consegue anular por completo as cores da natureza.

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