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UMA VISITA À ILHA GRANDE – RIO DE JANEIRO – JUNHO DE 2017

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domingo, 17 de julho de 2016

AS ENCOSTAS DO VULCÃO VILLARRICA – CHILE – JANEIRO DE 2008

Baseados em Pucón, na margem do grande Lago Villarrica, região das araucárias, no Chile, partimos para investigar um pouco da natureza das encostas do célebre Vulcão Villarrica, que se ergue na paisagem acima dos 2.800m, cobrindo-se de eternas neves e, como foi o caso, nesta viagem, usualmente escondendo-se entre as nuvens. O papel dos vulcões, na fitogeografia, é muito importante na cadeia andina, embora não estejamos habituados a este tipo de paisagem, no Brasil, onde inexistem. Nossa passagem pela região seria um tanto curta, o que não nos impediu de registrar alguns aspectos interessantes de sua flora e de sua paisagem mágica.

Através de estradas bem conservadas, atingimos a faixa de altitudes da ordem de 1.100m, o que nos reservava ambiente bastante diferente daquele de Pucón, que se encontra a cerca de 220m (veja imagem-satélite, ao final da galeria). Destituídas das neves invernais, as paisagens da encosta do Villarrica exibiam notáveis sinais da atividade vulcânica passada e também de sua forte estacionalidade climática. As erupções do Villarrica, a despeito de seu estado de dormência relativa, deixaram marcas determinantes na geomorfologia e na paisagem botânica local.

Veja a seguir alguns desses aspectos marcantes, na galeria de imagens que apresentamos:

Abaixo - O cume do Vulcão Villarrica, onde está situada sua cratera, permanecia semivelado pelas nuvens, durante nossa visita, o que não tirava sua imponência, permitindo divisar as neves eternas, que escorriam como glacê de um doce gigante.


Adiante – Praticamente tudo, ao redor do vulcão, é coberto de rochas efusivas (lavas derramadas), que revelam formas de derretimentos e solidificações abruptas. Cumes de morros secundários nada mais são que disjunções abandonadas da imensa coluna de lava e cinzas do Villarrica.







Acima – Florestas de fagáceas, principalmente, revestem os depósitos de solos mais evoluídos, sendo possível observar a ação radicalmente destruidora da lava quente, que aniquila trechos inteiros de matas, poupando outros, onde não conseguiu atingir. A espécie mais notável é o coíhue (Nothofagus dombeyi), que se caracteriza por árvores de fuste elevado e copa um tanto estratificada, fazendo lembrar alguns gigantes florestais amazônicos.
Abaixo – De entremeio aos largos lajeados de rocha vulcânica estéril, surgem agrupamentos de plantas herbáceas e arbustivas, que sinalizam a lenta degradação do material sólido, em solos muito férteis.



Acima – Uma das aberturas de antigos canais, por onde fluíam lavas derretidas, formando dutos, que hoje podem ser visitados, representando longas cavernas.

Acima – Ao fundo, o Lago Villarrica

A Seguir – Algumas plantas que caracterizam a vegetação heliófila extrema, que medra nas frestas da rocha vulcânica

Myrceugenia cf. chrysocarpa – família Myrtaceae


Fuchsia magellanica – família Onagraceae: parente muito próxima de nossa F. regia (brinco-de-princesa)

Gaultheria phillyreifolia – família Ericaceae: conhecida por chaura


A belíssima Embothrium coccineum – família Proteaceae: conhecida como notro

Asteráceas de flores vistosas são bastante comuns, como nas demais formações abertas da Argentina e Chile. Acima – Senecio sp.
Abaixo - espécie não identificada



Adiante – Uma das mais impactantes feições geomorfológicas das regiões vulcânicas do Chile é a torrente de lava, que resulta imensos canais, dramaticamente escavados por torrentes de lava incandescente, que arrastam tudo à sua frente. Florestas inteiras são varridas do cenário, a cada episódio de vulcanismo intenso do Villarrica. Estradas e construções são igualmente aniquiladas, nas imediações do vulcão.




Abaixo - Nosso carro, na estrada que costeia o Vulcão Villarrica, sob fagáceas poupadas pelo vulcão



Abaixo – Imagem-satélite do Google Earth mostrando a região visitada


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