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quinta-feira, 28 de julho de 2016

PARQUE NACIONAL ALERCE ANDINO – CHILE – JANEIRO DE 2008

A Expedição ao sul do Chile prosseguiu, em janeiro de 2008, descendo ainda mais um pouco pelo país, até chegar à região do Vulcão Osorno, entre as cidades de Puerto Varas e Puerto Montt. Como já dissemos antes, trata-se de uma das áreas mais chuvosas da América Meridional, atingindo índices anuais sempre superiores aos 3.000mm, por vezes, atingindo até 5.000mm. Para ter-se uma ideia, nosso perímetro subtropical úmido, que engloba grande parte da Região Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), é marcado por chuvas de ordem pouco superior aos 1.600mm, embora se estendam durante quase o ano inteiro.

O que difere, sobremaneira, nesta região meridional do Chile, é não apenas a quantidade total de chuvas, bem superior à nossa, mas também as temperaturas muito baixas, ao longo de todo o ano: invernos com médias inferiores a 10oC e verão nunca superior a 20oC, em média. A Cordilheira dos Andes também representa uma barreira ecológica superlativa, somando-se ao Deserto Central da Argentina, fazendo com que as floras desses dois domínios sejam profundamente diversas, embora observemos paisagens muito similares, em alguns pontos, como vimos no caso das florestas de araucárias e da floresta valdiviana (ver postagens anteriores).

O Vulcão Osorno, com mais de 2.600m de altitude, é mesmo o mais notável marco geográfico dessa região, que ainda congrega diversos outros vulcões. Ele pode ser avistado de muito longe, embora o tempo continuamente encoberto, durante nossa passagem pelo local, o tenha mantido quase sempre escondido. O Osorno se eleva à margem do grande Lago Llanquihué, do lado posto da cidade turística de Puerto Varas, onde ficamos baseados, durante nossa estada.

Puerto Montt é uma cidade um pouco mais desenvolvida, embora menos atraente que Puerto Varas. Fica na beira do célebre Seno de Reloncaví (Golfo de Reloncaví), que representa baía bem abrigada, ensejando importantes atividades portuárias. Durante nossa passagem por esta região, realizamos algumas visitas aos ecossistemas protegidos: próximo ao Osorno, estivemos na diminuta estância de Petrohué, na margem do Lago de Todos los Santos. Para os lados de Puerto Montt, visitamos o Seno de Reloncaví e o Parque Nacional Alerce Andino.

Interessava-nos, em Petrohué, não somente atravessar a base do gigantesco Osorno, observando os sinais de antigas e violentas erupções vulcânicas e corridas de lava, mas também os magníficos cenários formados pelo canal que extravasa as águas límpidas do Lago Todos los Santos, situado aos 190m, em direção ao mar, no Seno de Reloncaví.

No Parque Nacional Alerce Andino, incensava-nos a esperança de conhecer esses famosos monumentos dendrológicos, que são os alerces (Fitzroya cupressoides – família Cupressaceae), que representam alguns dos mais velhos seres vivos do planeta, juntamente com as sequoias norte-americanas. Tal intento seria frustrado, nesta primeira tentativa, devido ao curto prazo de nossa permanência e ao tempo intensamente chuvoso, que dificultou nossas andanças. 

Mesmo com tanta brevidade, pudemos examinar satisfatoriamente as soberbas florestas que revestem as fraldas andinas, deste lado da Cordilheira. A seguir, algumas imagens que dão conta de tanta beleza, no Sul do Chile:

A Seguir – O Vulcão Osorno é o mais notável marco geográfico da região, embora teimasse em se esconder, por detrás de espessas nuvens, durante quase toda nossa permanência em Puerto Varas


Acima – Nosso veículo estacionado na margem do Lago Llanquihué, no sul do Chile

A Seguir – Aspectos do chamado rio Petrohué, que é, na verdade, um caudaloso canal, que extravasa as águas do Lago Todos los Santos, na direção do Seno de Reloncaví




Acima - O Lago Todos lós Santos, situado numa cota de cerca de 190m, é aduzido pelo degelo das neves andinas, mas também pelas copiosas chuvas do Sul do Chile. Sua diferença de altitude, para o mar produz as belas torrentes de águas cristalinas do rio Petrohué (demais fotos)





Adiante – O Parque Nacional Alerce Andino está situado na base da Cadeia Andina e protege importantes florestas de transição entre as floras valdiviana (de natureza subtropical) e andino-patagônica (de índole temperada). Em suas áreas mais elevadas, abriga populações de alerces (Fitzroya cupressoides – família Cupressaceae), que não pudemos alcançar, nesta excursão.




A Seguir – Em seus setores menos elevados, o Parque Nacional Alerce Andino abriga flora de transição, onde epífitas e liquens são abundantes, perpetuamente umedecidas pelo aerossol das torrentes de águas cristalinas, que descem as fraldas andinas. No verão, milhares de “mutucas” (moscardos hematófagos) vorazes cercam os visitantes, tornando a visita um tanto penosa, embora gratificante, pelos cenários e pela flora.






Abaixo – Microambientes extremamente úmidos e pejados de epífitas e liquens se instalam nas margens dos cursos d’água, onde contam com altíssima umidade e temperaturas regulares. Parecem muito com nossas florestas subtropicais de altitude, no Sul do Brasil. Sua flora, porém, embora graciosa, não rivaliza com aquela



Acima – Mitraria coccinea (família Gesneriaceae)



AcimaAsteranthera ovata (família Gesneriaceae), parece um grupo de borboletas e se espalha pelos troncos de árvores, na floresta escura, emprestando esplêndido efeito ornamental – A Seguir



Acima – Digitalis purpurea (família Plantaginaceae) é planta de origem europeia, mas se dispersou de tal maneira pelo Chile, que sugere hoje ser nativa da região


A SeguirGunnera tinctoria (família Gunneraceae) se dispersa em bases de rochas e às margens dos rios caudalosos da Patagônia, representando espécie análoga à sua prima G. manicata, das encostas da Serra Geral, no Sul do Brasil.


Abaixo - Mapa da região visitada (extraído da web)

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